sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Meu regionalismo do nosso sistema solar pelo cosmo

Na imaterialidade de minhas viajens
na nave no espaço borbulhante
do interior do ser ou não ser no meu subconsciente
imã de sensações transbordando
transtropsicodelias surreais
psiconãomuitológicas, muitas vezes,
estou baixando um download
de um abridor de latas
de cérebros de conservas
todos os experimantalismos
são pouco
é preciso ir além
no meu guia turístico
do regionalismo literário
do nosso sistema solar
se propagando,
saudoso,
em minhas viagens
pela nossa
linda galaxiazinha
como um seringueiro
com saudades da sua colocação
nos rios de leite da nossaVia Látex
do velho seringueiro astral,
meu amigo Mestre Clenilson
mas meu corpo
é o carregador
da bateria
do meu espírito livre
carregado de energias
que eu busquei das estrelas
no meu chá
de gotas de luz
e o espaço
ficou branco
como nuvem
pois
nasceu o dia de amanhã
hoje à noite
dentro de mim.
Armando Pompermaier

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Saindo do umbigo do Universo

Que caia no chão estes muros,
essas prisões que abatem crianças gigantescas,
esse ponto de vista do senso tão comum.
Estes dentes que sempre ameaçam.
Que caiam e mostrem sua feiúra.

Assim podemos batizar o fim.
Marcar no calendário um outro dia
que realmente possa nascer.
Mesmo que nossas marcas não durem.

Então...

A voz da multidão ecoou no espaço...
Subiu como um plástico sem forma,
e ele sem nenhum arrependimento
Atirou a primeira pedra...

Deu-se um estrondo como um adeus.
E tudo ao redor ficou enfim desabitado, desativado, desvinculado...

O vento e o seu coração bateram fortes.
Então ouviu de todos.
Sim!
O vento e seu coração, agora estão habitados.

Kilrio Farias

terça-feira, 3 de novembro de 2009

O museu das palavras

Construímos nosso museu de palavras. Temos expostas a palavra amor dita por Hitler, a palavra morte dita por Gandhi. Todas com suas molduras em seus tons, volumes, as cores dos seus sons, as suas texturas, os seus timbres, os cheiros de seus sentidos, as formas das suas essências. Tudo preservado em seus teores originais.

O cheiro da palavra ódio dita por Madre Tereza de Calcutá, o sabor da palavra melancolia dita por Chaplin, a cor da palavra luz dita por Mussolini, a geometria da palavra alegria dita por mim, a palavra gugu-dadá dita pelo General Garrastazu Médice, a palavra heroísmo dita pelo cabo Anselmo, a palavra merda dita pelo Papa João Paulo II, a palavra solidão não dita por todos, calada no nó na garganta.

Nossa sede têm um metro e setenta e oito, pesa 95 quilos, tem olhos azuis e cabelos rastafári. Há salas abertas à visitação no peito e crânio, mas há salas em outros cantos também, alguns não muito ilustres.

Entrem, fiquem à vontade.

Quando estiverem dentro se beijem, se abracem, se amem, se odeiem, esmurrem, se matem. Mas principalmente se beijem, se abracem, e se acariciem muito com a maciez da textura dos olhos cândidos e meigos, futuramente traiçoeiros, infelizmente – ou não, também.

Mas pulsem, pulsem, pulsem muito, pulsem sempre.

Armando Pompermaier